A autoconfiança de um sorriso pode abrir muitas portas. Manter a saúde bucal sempre em dia, portanto, é fundamental.
Por se tratar de um verdadeiro cartão de visitas, a busca por soluções estéticas para o sorriso tem sido frequente nos consultórios odontológicos. Com isso, os pacientes estão cada vez mais exigentes e com expectativas mais altas quanto a esses procedimentos.
O sorriso gengival é um desses fatores que motiva a procura por soluções corretivas. Por causar uma maior exposição gengival durante o ato de falar ou sorrir, pode se tornar desconfortável para algumas pessoas. Isso porque, além de causar uma desarmonia entre os dentes, gengiva e lábio, pode influenciar diretamente na saúde bucal, por deixar a gengiva mais exposta a bactérias e a outros agentes nocivos.
Mas existem diversas técnicas para resolver essa questão. O sucesso de qualquer intervenção, todavia, depende de fatores etiológicos e da aptidão do profissional em propor o procedimento adequado para resolver a queixa principal e atender às expectativas do paciente.
Acompanhe a seguir o que é um sorriso gengival, quais são as suas principais causas e quais as soluções periodontais terapêuticas e cirúrgicas existentes.
O que é o sorriso gengival?
O chamado sorriso gengival alto acontece quando, ao falar ou sorrir, as gengivas ficam expostas excessivamente e mais de 85% dos dentes anteriores aparecem. De modo geral, é considerado excessivo quando a exposição da gengiva é superior a 3 milímetros. Para se certificar se essa condição está ou não presente em seus pacientes é simples: basta pedir para que sorriam e verificar se há desarmonia na quantidade de gengiva que fica exposta.
Causas do sorriso gengival
O sorriso gengival possui diversas causas, como problemas musculares ou esqueléticos. É comum, inclusive, que mais de uma causa esteja presente. Confira abaixo os principais fatores que podem desencadear a condição:
Falso sorriso gengival: Ocorre quando as gengivas crescem mais do que o necessário (hiperplasia gengival). Normalmente, esse excesso decorre da higiene bucal inadequada – principalmente em pacientes com aparelho ortodôntico – inflamações das gengivas, o uso de algumas medicações, respiração pela boca e, até mesmo, genética.
Hiperatividade do músculo levantador do lábio superior e depressor do lábio inferior: Nesse caso, os músculos responsáveis pelo levantamento e fechamento dos lábios estão com seus movimentos mais ativados do que o normal. Assim, ao abrirem ‘em excesso’ a boca, deixam as gengivas mais expostas.
Lábio superior curto: Ocorre quando a gengiva fica exposta pelo fato de o lábio superior não ser extenso o suficiente para se encontrar com o lábio inferior quando o paciente está em repouso (sem estar sorrindo ou falando).
Questões esqueléticas: Essa é a principal causa de sorrisos gengivais e acontece quando o osso maxilar é mais alto do que a média. Assim, as gengivas crescem acima do osso, parecendo desproporcionais quando comparadas com as de pessoas com o osso menos alto.
É possível corrigir o sorriso gengival?
Caso o sorriso gengival esteja causando incômodos ao paciente, ele não só pode, como deve ser corrigido. Os procedimentos normalmente são simples e capazes de deixar o sorriso do paciente mais harmônico. Em casos mais graves, ainda evitarão problemas de saúde, como gengivites, infecções ou inflamações. Afinal, gengivas excessivamente expostas ficam mais ressecadas, o que aumenta as chances de proliferação de bactérias.
Ainda que os procedimentos realizados para essa correção sejam simples e pouco invasivos, a execução dos mesmos exige do profissional conhecimento técnico e prático bem desenvolvido. Resultados precisos e satisfatórios dependem diretamente de uma preparação adequada do dentista que irá realizar a intervenção.
Contraindicações
Ainda que a maior parte dos procedimentos corretivos para sorrisos gengivais sejam simples e de rápida recuperação, é importante ressaltar que há algumas contraindicações que devem ser consideradas. São elas:
- Ser gestante: durante esse período é indicado aguardar o fim da gravidez para realizar a correção.
- Ser fumante (acima de dez cigarros por dia), hipertenso, ter problemas de coagulação ou ser diabético (não controlado) devido ao aumento da dificuldade de cicatrização no pós-operatório.
Também é necessário que o paciente tenha uma boa higiene bucal e não apresente placas bacterianas e periodontite. Nesse caso, essas condições deverão ser tratadas antes da correção do sorriso gengival.
Cirurgia gengival corretiva ou tratamento terapêutico
O sorriso gengival pode ser corrigido por meio de procedimentos cirúrgicos ou terapêuticos, realizados com anestesia local. Abaixo listamos os principais deles, como funcionam e quais as suas principais indicações:
- Gengivoplastia: Correção rápida e simples do sorriso gengival. É indicada para casos de correções estéticas. A gengivoplastia consiste na remoção e reconstrução do contorno do tecido gengival. Por se tratar de um procedimento que ocorre apenas nos tecidos moles, não demanda pontos de sutura e possui uma recuperação tranquila.
- Gengivectomia: Indicada para casos mais severos de sorriso gengival. É similar a gengivoplastia, porém além da remoção dos tecidos moles da gengiva, ainda há a retirada de parte do osso e de ligamentos periodontais. Possui uma recuperação mais lenta, que exige mais cuidados, bem como exames prévios mais minuciosos. Isso porque o profissional precisa investigar a fundo qual a quantidade óssea que precisará ser removida. O procedimento, normalmente, leva entre 30 minutos e uma hora, é feito com anestésico local e não deixa cicatrizes. Porém requer cuidados extra no pós-operatório, como evitar exercícios físicos por pelo menos 72 horas e aplicar antisséptico bucal com o auxílio de cotonetes enquanto as gengivas estiverem em recuperação.
- Reposicionamento labial: Intervenção indicada para casos em que não há a necessidade de remoção de partes da gengiva, quando há hiperfunção do lábio superior e, comumente, quando há crescimento vertical exagerado do osso maxilar. A cirurgia reposiciona os lábios do paciente com uma incisão na área superior e interna da mucosa, cobrindo a raiz dos dentes e, então, evitando a exposição excessiva das gengivas. A recuperação após a cirurgia requer cinco dias de repouso e pode gerar alguns desconfortos durante a cicatrização. No entanto, tais desconfortos normalmente são solucionados com analgésicos simples receitados pelo profissional responsável.
- Cirurgia ortognática: Procedimento indicado para corrigir irregularidades no esqueleto facial e nos dentes, sendo um ótimo aliado para tratar também de sorrisos gengivais. Consiste no reposicionamento dos maxilares em relação ao crânio, resultando em um sorriso mais harmônico. Além disso, esse procedimento também corrige o encaixe da mordida.
- Toxina botulínica: Mais conhecido como “botox”, esse procedimento terapêutico não é uma cirurgia gengival, mas pode ser indicado no caso de hiperatividade dos músculos. O botox é capaz de reduzir a atividade ou até paralisar o músculo que está hiperativado e, como consequência, deixará de expor excessivamente as gengivas. É um procedimento simples e eficiente, porém não entrega a mesma durabilidade dos procedimentos citados anteriormente, exigindo a sua reaplicação contínua, a cada quatro ou oito meses, variando para cada paciente.
O pós-cirúrgico do paciente requer cuidados básicos, como escovação cuidadosa, com escovas de cerdas macias, e uso enxaguantes bucais. Além disso, é imprescindível que o paciente evite esforços físicos por alguns dias e siga todas as demais recomendações dadas pelo especialista.
Como todo procedimento cirúrgico, as cirurgias podem acarretar em riscos, porém eles são raros. Apesar de parecerem um pouco invasivos, são procedimentos simples e que geram uma alta satisfação para quem os realiza. Para tanto, essas intervenções dependem diretamente de profissionais capacitados. É imprescindível o bom domínio da técnica cirúrgica para o sucesso do procedimento.
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A ciência nos mostra que buscar um sorriso mais confiante é uma maneira gostosa de cuidar da saúde e conquistar qualidade de vida. Então que tal aprender uma nova técnica e entregar essa possibilidade para os seus pacientes?
